Docente da FCUP distinguido com prémio internacional Viktor Ambartsumian
Astrónomo Nuno Cardoso Santos
O Astrónomo Nuno Cardoso Santos, professor afiliado da Faculdade de Ciências da U.Porto e investigador do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (autor de 128 artigos científicos já publicados com mais de 5200 citações), é um dos vencedores da primeira edição do prémio internacional Viktor Ambartsumian. O prémio de 500 mil dólares, anunciado a semana passada, será partilhado com os seus colegas Michel Mayor (Observatório de Genebra) e Garik Israelian (IAC). Os três investigadores foram galardoados pelo seu trabalho no estudo das estrelas que têm planetas em órbita, que dão indicações essenciais sobre os processos de formação planetária.
O Prémio Viktor Ambartsumian foi criado em 2009 pelo presidente da Arménia, sendo um dos mais importantes na área da Astronomia e Astrofísica. Atribuído de dois em dois anos, distingue investigadores de qualquer país, por excepcionais contributos para a ciência.
Em 2010 foram nomeados 14 investigadores ou equipas, cabendo o prémio ao trio liderado pelo Professor Michel Mayor (U. Genebra), que em 1995 co-descobriu o primeiro exoplaneta à volta de uma estrela do tipo solar (51 Pegasi).
Encontra-se em desenvolvimento o projecto ESPRESSO, um espectrógrafo de alta resolução a ser instalado no observatório VLT (ESO), com o objectivo de encontrar planetas rochosos semelhantes à Terra. O investigador português lidera a equipa nacional deste consórcio.
Nos dias de hoje são conhecidos cerca de 500 planetas extra-solares, muitos dos quais (em especial os de pequena massa) descobertos pela equipa liderada pelo professor Michel Mayor. Entre eles está o mais pequeno exoplaneta descoberto, Gliese 581e, com apenas 1,9 massas da Terra, em cuja descoberta Nuno Santos também esteve envolvido.
Apesar do já elevado número de planetas extra-solares detectados, os mecanismos de formação destes sistemas são ainda pouco compreendidos. Por isso a equipa dedica-se também a tentar compreender melhor as propriedades destes sistemas planetários (e das suas estrelas-mãe), de modo a melhorar os actuais modelos de formação planetária.
Nuno Santos já tinha anteriormente sido distinguido com a atribuição de uma das mais cobiçadas bolsas europeias, pelo European Research Council Starting Grant em 2009.
fonte: https://sigarra.up.pt/fcup/noticias_geral.ver_noticia?P_NR=578